Cultiva a Leitura

E, de repente, já estamos em mais uma edição do Cultiva a Leitura com…

Já o equilíbrio revolucionário de Valter Hugo Mãe (edição 2018) confronta-nos com a humildade de quem tem conhecimento e que quer melhorar a cada dia o que sabe, aludindo que “O indivíduo que vai sabendo, sabe sobretudo melhor o tamanho da sua ignorância”.

O querido José Eduardo Agualusa (edição 2019) torna a leitura responsável pela empatia mostrando que “os bons escritores são aqueles que conseguem colocar o leitor na pele do outro. (. e que ) A leitura aproxima as pessoas”.

Este ano queremos homenagear a Mulher. A mulher enquanto figura de poder inesgotável no gerar de Vidas, enquanto misterioso e suave ser humano, nunca desprovido de força, tal como é esta nossa vontade de gestação do interesse pela leitura e pelos livros.

Só poderíamos conseguir fazê-lo com a doce simplicidade e a força das palavras e das convicções de Dulce Maria Cardoso que realça que – A escrita e a leitura têm muito que ver com o ponto de intercepção entre o que um diz e o outro percebe. (Entrevista ao Jornal i , 17/03/2014); esta partilha entre escritor e leitor, este contacto mágico que cria empatia, que gera emoções e conhecimentos variados, é humildemente permitido pela leitura.

Importa não se deixar absorver pelas versões do que nos dão a conhecer. Importa ler, procurar conhecer, procurar elucidar dúvidas… e pensar sempre que “(…) quando uma coisa começa a ser normal, perdemos o olhar crítico sobre ela porque deixamos de a ver.” (Dulce Maria Cardoso – 1 de dezembro de 2018, Observador)

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Dulce Maria Cardoso nasceu em Trás-os-Montes, em 1964. Cresceu em Angola e regressou a Portugal na adolescência. Licenciou-se em Direito. Publicou o primeiro livro em 2001, “Campo de Sangue”, laureado com o Prémio Acontece. Seguiu-se “Os Meus Sentimentos”, em 2005, com o qual recebeu o Prémio da União Europeia para a Literatura. Com “O Chão dos Pardais”, em 2009, foi-lhe atribuído o Prémio Pen Clube.

Publicou dois livros de contos Tudo São Histórias de Amor (2013) e Rosas (2017) e dois livros infanto-juvenis “Lôa e a véspera do primeiro dia” (Tinta da China, 2014) e “Lôa perdida no paraíso” (Tinta da China, 2014). Em 2011, publicou “O Retorno”, o último sucesso antes de “Eliete”, publicado no final de 2018. Recebeu as Insígnias de Cavaleira da Ordem das Artes e das Letras de França.